LAGARES ROMANOS, CASTROS MURALHAS E ALTAR DE SACRIFÍCIOS...

 

      O início da conquista da Península Ibérica pelos romanos, no contexto das Guerras Púnicas, deu-se em 218 a.C., com a invasão da cidade de Ampúrias, na actual Catalunha, e só viria a ficar concluída no final do século I a.C. Pelo meio ficaram dois séculos de intensas lutas, das quais se destaca a que opôs os Lusitanos a Romanos, que se terá iniciado em 194 a.C.. A região onde se inscreve o território da actual Freguesia de Santa Valha era parte integrante do território ocupado por esse conjunto de povos, tendo sido progressivamente romanizada ao longo desses dois séculos, sobretudo no período das guerras civis entre César e Pompeu.

Romanizada, a região, este território terá tido um papel particularmente importante na organização do povoamento rural no território de Santa Valha durante o período romano, contribuindo para o estabelecimento de uma série de villae (propriedades rurais) nessa área.

     Os variados vestígios Romanos, na maioria lagares de vinho, nesta Freguesia indica-nos a principal cultura Romana da época. A receita já vem dos Romanos e ainda hoje se mantêm a tradição do bom vinho de Santa Valha.

     A ocupação romana manter-se-ia, na região, até ao início do século V, altura em que Suevos, Vândalos e Alanos se instalam, pondo fim ao domínio romano.

 

 

 

      “ Freguesia do conselho e comarca de Valpaços. Distrito e diocese de Vila Real. Orago: Stª Eulália.

        Está situada perto de uma pequena ribeira, afluente da margem direita do rio Rabaçal, 9 km da NNE sede de Conselho.

        A igreja paroquial, de eras remotas, conserva dois excelentes quadros a óleo.

        A capela que lhe fica fronteira possui valiosa obra de talha.

        Vários vestígios Romanos.

        Castros.

        A freguesia pertenceu ao concelho de Monforte de Rio Livre, até à extinção desde 31.12.1853. Foi abadia do padroado real.”

 

 

             Compõem, esta freguesia, as povoações de Santa Valha (sede). Gorgoço, Pardelinha, Calvo (já desabitada) e Teixogueira, esta ultima, uma quinta.

 

                                                                                          M. Alves, Enciclopédia Verbo

 

 

                                                                                                            

  Vol. 16, pág. 1303

 

         Nesta secção apresentarei vários vestígios da nossa Santa Valha, nomeadamente Castros, Lagares Romanos, Muralhas e um altar de sacrifícios, de que se fala, mas ninguém tem a certeza de tal. Também os locais onde se situam, como lá chegarem e coordenadas GPS e fotos alusivas.

        Dado que muitas estruturas arqueológicas de Santa Valha se encontram relativamente próximas, apresento para facilitar o conhecimento das suas posições relativas, uma planta, sem escala, correspondendo à área onde se encontram.

1º Castro.

“..., ao sul, já no termo, eleva-se um monte de difícil acesso a que chamam de Castro e que não é outra coisa, por metátese, senão Castro, possivelmente um Castro Romano, já que ali se tem encontrado alem de fragmentos de telha grossa de rebordo, e outros objectos em barro vermelho, um carimbo em metal ou talvez sinete, de Marco Fábio (M. Fábio Silonis). Em Julho de 1805, foi ali achada, em bom estado de conservação, uma linda moeda do imperador António Pio, que governou de 138 a 168 em cujo anverso se lia: Antoninus Aug. Pius P.P., e no reverso Trib. Pot. Cos. III. Transcrevendo: “ Antoninus Augustos Pius, peter patriaes “ ; “ com poder tributário, cônsul três vezes”.

        Daquele referido Castro apenas hoje restam uns ténuos vestígios de muralhas em tijolos e grandes penedros formando grutas. Nalguns aparecem um sinal característico atribuído aos mouros formado por três orifícios esquissando um triângulo”.

A. VELOSO MARTINS, Monografia de Valpaços, 2ª Edição, Págs. 228/229

 

Localização:

Monte de Stª Eulália a Sul de Santa Valha.

 

Acesso: Caminho que passa em frente ao Solar dos Ciprestes. Logo a seguir ao Solar por um carreiro á direita, atinge-se o Castro em poucos minutos.

 

Coordenadas Gráficas:

Altitude: 532 metros

Longitude:7º 16´ 22´´ W (Gr.)

Latitude: 41º 40´ 27´´ N

 

Características:

         Possui forma aproximadamente oval. O seu eixo maior possui orientação NE-SW e mede 100 metros de comprimento. A largura máxima coincide com a posição da muralha II e mede 75 metros.

        Situando-se numa região granítica, é este o material lítico que entra na constituição, das suas estruturas. Não encontrei, pois, qualquer vestígio de muralhas feitas de tijolos, como consta na Monografia de Valpaços:

 

       “... Daquele referido Castro apenas hoje restam uns ténuos vestígios de muralhas em tijolos...”

 

        Julgo, pois, que esta afirmação se baseou, apenas, em afirmações indirectas e não na observação, “in loco”, das respectivas muralhas.

 

Muralhas:

       Não existem, actualmente, quaisquer vestígios desta estrutura defensiva a NE, E e S. Estes limites de recinto fortificado são assinalados por acentuados desníveis naturais, de onde as pedras soltas seriam facilmente deslocadas pela acção da gravidade pela sua posterior utilização em outras mais recentes construções, principalmente casas e muros limitantes de propriedades.

      A N, SW e W é possível seguir a posição das antigas muralhas e, em dois locais da muralha I (d e c) foi possível pôr a descoberto a sua face externa.

      Detectámos duas muralhas que assinalam, na planta, por I e II:

 

Muralha I:

 

      Embora tendo desaparecido, em parte, totalmente, o seu comprimento deve ter atingido os 316 metros. Em todo o seu trajecto e devido ao grau de destruição em que se encontra, não me foi possível determinar a sua largura. Creio, no entanto, que isso será possível e fácil, a W (e) através de uma escavação.

 

Conforme a fotografia documenta, esta muralha é constituída por pedras de granito, de secção aproximadamente rectangular e dispostas em fiadas paralelas, com as juntas verticais desencontradas, semelhante ao que me foi dado a observar noutros castros no conselho de Valpaços.

     Esta muralha incorporou, ao longo do seu trajecto, os numerosos penedos de granito ali existentes. Na encosta NE, a uma cota inferior, pareceu-me existirem vestígios de uma outra muralha que, julgo, não envolveria totalmente a muralha I.

 

Muralha II:

 

     Não compreendo a verdadeira função desta muralha. Divide o recinto central mais ou menos plano, limitado pela muralha I, em duas áreas de diferentes dimensões. Ela esta assinalada, no terreno, por um amontoado de pequenas pedras soltas. Só com escavação local podemos determinar a sua largura e, eventualmente, outros dados que nos possam elucidar sobre a sua função.

 

Fosso (f):

 

     Está presente, principalmente, a W e SW. Para esta estrutura defensiva calculei um comprimento entre os 100 e os 150 metros.

 

Situa-se no recinto limitado pelas muralhas I e II. Como não encontrei qualquer outra fraga com gravuras sepentiformes, julgo ser esta a “ Fraga da serpente” de que toda a gente fala, em Santa Valha, mas que muitos não conhecem não sabendo, por isso, localizá-la.

 

         Em vez de “ Fraga da Serpente” creio que deveria chamar-se-lhe “ Fraga das Serpentes” uma vez que, com disposição mais ou menos paralela existem duas gravuras serpentiformes. Elas distam, entre si, de um mínimo de 10 cm e um máximo de 22 cm.

         No limite desta fraga há vestígios de a mesma ter sido amputada, possivelmente por alguém que, ali, sonhava encontrar um “tesouro”. A porção amputada às duas gravuras, parece ter sido a correspondente às cabeças. O que resta das duas gravuras mede, ainda, cerca d e1.80 metros de comprimento.

        O rochedo granítico com estas duas gravuras serpentiformes eleva-se, acima do solo, um mínimo de 23 cm e um máximo de 90 cm. Mede, de comprimento, 4,37 metros, de largura máxima 1,67 metros e de largura mínima 91 cm, esta orientada segundo N-S.

Próximo da extremidade S da fraga, existem duas cavidades circulares que distam, entre si, 20 cm. A menor mede 9 cm de diâmetro e 2,5 cm de profundidade.

        Próximo da extremidade N da fraga, existe outra cavidade cilíndrica, mais profunda que as anteriores, com 8 cm de diâmetro e semelhante a dezenas delas que existem dispersas, sem qualquer função aparente, nos muitos rochedos graníticos dos terrenos envolventes do castro e outras estruturas arqueológicas que vamos descrever.

        Á direita e à esquerda das “ gravuras serpentiformes” podem observar-se, ainda, superfícies picadas e aplanadas semelhantes a degraus, cuja largura varia entre 9 cm e 12 cm e cujo comprimento varia entre os 18 cm e os 23 cm.

        Julgo que as mesmas se destinariam a colocação de oferendas nas cerimónias do culto afiolátrico!

 

 

 

 

 - Rochas graníticas com cavidades de diferentes formas e dimensões:

 

          Localizam-se a SW da “fraga da serpente” da qual distam 6, 7 metros.

          São dois blocos rochosos na sua posição natural, individualizados a superfície devido a acção dos agentes geodinâmicos externos ao longo de uma fractura natural.

         Devido a essa acção, os dois blocos encontram-se afastados de um mínimo de 43 cm e um máximo de 48 cm. Estes blocos elevam-se, acima do solo, cerca de 40 cm.

         O Bloco da esquerda (no esquema) mede 2,72 metros de comprimento e 1,35 metros de largura máxima. Neste foram obtidas duas cavidades rectangulares: uma com 17 cm de comprimento, 15 de largura máxima e 7 cm de profundidade e, outra, com 26 cm de comprimento e sete cm de largura.

         O bloco da direita (no esquema) mede 3,37 metros de comprimento e 1,42 metros de largura. Nele foram obtidas 8 cavidades de formas variadas. Destas, as três contidas no perfil segunda ad medem, considerando-as da esquerda para a direita, respectivamente:

 

Comprimento----------------------------------------- 19 cm

Largura---------------------------------------------- 10 cm

Profundidade máxima --------------------------------- 7 cm

 

 

 

Comprimento------------------------------------------- 19 cm

Largura------------------------------------------------ 10 cm

Profundidade máxima---------------------------------- 15 cm

 

Comprimento------------------------------------------ 14 cm

Largura------------------------------------------------ 12 cm

Profundidade máxima---------------------------------- 10 cm

 

Ao centro encontram-se mais quatro cavidades rectangulares, duas delas comunicando entre si. Daquelas quatro cavidades, a melhor individualizada é a da direita, com 15 cm de comprimento, 14 de largura, 9 de profundidade máxima e 5 cm de profundidade mínima.

 

 

         No extremo mais próxima da “ Fraga da Serpente” encontra-se uma cavidade oval que mede, à superfície, 27 cm de diâmetro maior e 19 cm de diâmetro menor. Dentro desta há uma outra cavidade, também oval, com 8,5 cm de diâmetro maior, 6,5 cm de diâmetro menor e 7 cm de profundidade.

 

 

 

 

             Localiza-se a S da “Fraga da Serpente”, da qual dista 26,2 metros. Consta, essencialmente, de uma cavidade mais ou menos oval, com 2,62 metros de comprimento e 90 cm de largura máxima. Essa cavidade aproveitou, em parte, uma depressão de erosão natural e encontra-se numa rocha granítica rectangular que mede 2,90 metros de comprimento e 1,85 metros de largura.

            O escoamento do líquido ali derramada (sangue da vitima, caso se trate dum altar de sacrifícios) era recolhido num recipiente móvel, através de uma profunda goteira com 9 cm de largura. Por baixo e em frente da goteira foi cavada uma reentrância horizontal, que permitia o encaixe perfeito do rebordo do recipiente receptor.

            Como, frontalmente, existe um acentuado desnível, a pessoa portadora do recipiente podia, comodamente, fazer a recolha de pé.

 

 

Caixa de texto: 1- a    ,   1 - b  e  1 - c

 

Nota:

Creio que as estruturas

Eram complementares no desempenho de uma função

Cultural – o culto da serpente. Elas são, a meu ver,

elementos de um “Santuário Rupestre de Ofiolatria”.

 

Caixa de texto: 1 - g

  

                Existem nesta área do Castro, numa rocha granítica quase ao nível do solo, pequenas cavidades e sulcos com elas comunicantes, que não tive oportunidade de investigar total e minuciosamente.

 

Lenda do Grande Tesouro:

 

          Certo dia, uma mulher de Santa Valha dirigiu-se ao alto do Castro (monte de Stª Eulália) para cortar giestas a fim de fazer uma vassoura.

           De repente deparou-se-lhe, entre as rochas, um buraco que dava aceso a uma galeria. Corajosa, apesar de se encontrar só, atreveu-se a entrar. De repente estancou, não acreditando no que seus olhos viam – um enorme tesouro!

           Radiante e encantada do achado que a tornaria rica para toda a vida, apresou-se a regressar a aldeia. Pelo cominho, ia contando o sucedido a todos que encontrava, regressou ao monte do Castro, para mais calmamente, observar e avaliar o “tesouro” que apenas vira de relance. Porém, nunca mais encontrou a entrada e o “grande tesouro” ali permanece intacto a espera que outro mais afortunado venha um dia desfrutá-lo.

 

 

Localização:

 

Local de Stª Eulália, a S e a pequena distancia do Castro.

 

Acesso:

 

- Contornando o monte de Stª Eulália, logo a seguir ao Solar dos Ciprestes (itinerário A).

- A partir do caminho que limita, a N, a propriedade do Sr. Hilário Cardoso (itinerário B)

- Seguindo o itinerário C, antes do desvio para o lagar 4.

 

Nota: consultar planta sem escala.

 

Coordenadas de Graus:                            271,2

                                                                     523,6

 

Coordenadas Geográficas:                       Altura: 490 metros

                                                                     Longitude: 7º  16´ 16´´ W (Gr)

                                                                     Latitude: 41º   40´ 32´´ N

 

Características:

 

            Foi escavado numa rocha granítica, de superfície mais ou menos plana e horizontal, que se eleva a cerca de 50 cm em relação ao solo envolvente. Nas proximidades da “lagareta” este desnível atinge os 95 cm.

            O “tanque” é uma superfície escavada e pouco profunda, quase circular, com cerca de 2,10 metros de diâmetro. Inclina levemente em direcção a cavidade receptora do líquido ali obtido. Antes de ser recebido na lagareta, o liquido passa por uma superfície deprimida, em forma de losango, em comunicação com dois sulcos laterais e um outro mediano, mais curto. O lado menor desta depressão em forma de losango mede 45 cm e no lado maior 60. Daqui, o liquido é recolhido na “lagareta” através de uma goteira cuja largura vai diminuindo até atingir o valor de, apenas, 6 cm. Termina por uma depressão de contorno semicircular, com 15 cm de comprimento e 8 de largura.

         Os dois sulcos laterais em comunicação com a depressão losângica medem entre 10 e 12 cm de largura e 3,5 e 10 cm de profundidade.

         A “lagareta” possui contorno trapezoidal, com o lado maior a medir 89 cm e o lado menor 77 cm. A largura máxima é de 62 cm e a mínima de 60 cm. A profundidade desta cavidade é igual a 33 cm.

         Na sua base, uma cavidade oval com 23 cm de eixo maior, 17 cm de eixo menor e 3,5 cm de profundidade permitia a remoção, com a utilização de um pequeno recipiente manual, de todo o liquido ali acumulado.

         Uma particularidade nesta estrutura é a existência, a partir da “lagareta”, de um outro sulco rectilíneo, com 45 cm de comprimento, 7 cm de largura e 9 cm de profundidade que termina na borda do rochedo. Não entendo qual a sua função!

 

 

Outras cavidades:

 

         Do lado esquerdo do conjunto descrito, uma cavidade alongada, de contornos curvos, mede 50 cm de comprimento 32 cm de largura e 8,5 cm de profundidade.

         Seis cavidades cilíndricas, semelhantes as dezenas delas que se encontram nos rochedos das redondezas, medem entre 9 e 11 cm de diâmetro e 10 e 11 cm de profundidade. Para o caso particular desta estrutura, interrogo-me, se estas cavidades cilíndricas, não estariam relacionadas com a instalação e funcionamento de um sistema de prensa!

 

3 Lagar:

 

Localização:

 

           Num pinhal, propriedade do Solar dos Ciprestes, à esquerda e a 5 metros de distancia do caminho que, passando em frente daquele Solar, conduz à entrada da propriedade do Sr. Hilário Cardoso. Foi descoberto em 1991 pelo Sr. José Luís P. De Carvalho.

 

Acesso:

 

O caminho já referido, que passa em frente ao Solar dos Ciprestes.

 

Coordenadas de Graus:                         272,0

                                                                 523,3

 

Coordenadas Geográficas:                   Altura: 440 metros

                                                                 Longitude: 7º  16´10´´ W (Gr.)

                                                                 Latitude:    41º 40´26´´ N

 

 

Características:

 

Cravado numa rocha granítica, encontrava-se, a quando da sua descoberta, completamente cheio de pedras e de terra que foi necessário remover na totalidade a fim de medirmos e fotografarmos.

 

 

 

O “tanque”, de forma trapezoidal, mede 2,08 metros de comprimento, 1,64 metros de largura máxima e 1,35 metros de largura mínima. Devido a inclinação natural da superfície rochosa onde foi cavado, a sua profundidade vai diminuindo em direcção a cavidade de recepção ou “lagareta”, onde ela é praticamente nula. No limite oposto, essa profundidade é máxima e igual a 46 cm.

             Através de uma saliência em bica, portadora de um sulco de contornos mal definidos e de pequena profundidade, o liquido ali obtido era vertido na “lagareta”.

             A “lagareta”, de secção rectangular, mede 93 cm de comprimento, 62 cm de largura e uma profundidade que varia entre 25 cm (máxima) e 17 cm (mínima).

No seu pavimento existe uma pequena cavidade circular com 24 cm de diâmetro e 6 cm de profundidade.

             Na rocha envolvente das duas cavidades principais descritas, existem três orifícios cilíndricos com 9 cm de diâmetro e 10 cm de profundidade, semelhantes a outros observados nas proximidades.

 

Cavado numa rocha granítica, é o “lagar” de maiores dimensões entre todos os que inventariei no concelho de Valpaços.

 

Localização: 

 

Lugar de Stª Eulália, propriedade da Sr.ª Adelaide Moreiras.

 

Acesso:

 

Através de um caminho que indico na planta, sem escala, para referenciar as posições relativas dos primeiros 14 monumentos arqueológicos da Freguesia.

 

Coordenadas:                                            271,4

                                                                    522,8

 

Coordenadas Geográficas:                       Altura: 440 metros

                                                                     Longitude: 7º 16 ´08´´ W (Gr.)

                                                                     Latitude:    41º 40´10´´ N

 

Características:

 

           O “tanque” possui uma forma de um trapézio isósceles com sua base menor curva. São as seguintes as suas medidas dessa superfície trapezoidal:

 

Base maior---------------------------------------------------2,90 cm

Base menor ------------------------------------------------- 2,10 cm

Altura ------------------------------------------------------- 3,00 cm

 

 

           A profundidade varia entre um máximo de 90 cm e um mínimo de 32 cm. É, pois, uma cavidade de grande capacidade, cavada com uma grande perfeição.

 

 

De um e outro lado do “tanque”, existem duas cavidades alongadas, cuja função deve estar relacionada com a fixação e funcionamento de um sistema de prensa, para espremer o bagaço.

        A cavidade da esquerda no (esquema) é rectangular e mede:

 

Comprimento----------------------------------------------------- 60 cm

Largura---------------------------------------------------------- 17 cm

Profundidade----------------------------------------------------- 17 cm

Distancia ao tanque---------------------------------------------- 24 cm

 

A cavidade da direita (no esquema) mede:

Comprimento--------------------------------------------------- 52 cm

Largura nos extremos ------------------------------------------ 18 cm

Largura no centro---------------------------------------------- 23 cm

Profundidade--------------------------------------------------- 28 cm

Distancia ao tanque-------------------------------------------- 23 cm

 

            A fiada de pedras que se vê no topo do esquema é o suporte da terra de um caminho de acesso as propriedades, relativamente recente e, por isso, posterior a abertura do “lagar”.

            De um e outro lado do “tanque” vemos dois sulcos cavados no mesmo rochedo granítico, cuja função julgo ter sido a de impedirem a entrada, naquela cavidade, a agua das chuvas. A largura deste sulco varia entre 10 e 4 cm e a profundidade entre 3 e 5 cm. O comprimento de cada um deles ronda os 3 metros. Julgo que estes dois sulcos não são independentes mas, antes, constituem um todo em parte tapado pelo conjunto de pedras e terra que formam o já referido caminho de acesso.

            Ao lado do sulco da esquerda, vemos uma superfície semicircular, picada e aplanada, a que corresponde um diâmetro de, aproximadamente, 30 cm.

            Um pouco mais a esquerda, no esquema, vemos uma superfície em arco, picada e aplanada, espécie de degrau ou acento, com 16 cm de largura. A esta superfície corresponde um diâmetro de, aproximadamente, 2 metros. Não sei qual teria sido a função que desempenhou.

            A “lagareta” é a maior de todas as quantas que me foi dado a observar, de forma aproximadamente rectangular mede:

 

Comprimento máximo----------------------------------------------- 1,75 cm

Comprimento mínimo-----------------------------------------------  1,70 cm

Largura-------------------------------------------------------------  0,90 cm

Profundidade máxima-----------------------------------------------  0,62 cm

Profundidade mínima-----------------------------------------------   0,48 cm

 

 

 

            Na base da estrutura existe uma pequena cavidade com 23 cm de diâmetro e 5 cm de profundidade. Nas faces laterais da “lagareta” existem, frente a frente, duas pequenas cavidades (a) com 8 cm de diâmetro e 6 cm de profundidade. Julgo que, estas cavidades, seriam os apoios de uma barra de madeira ou ferro que suportava um recipiente permeável ao líquido, espécie de cesto, que retinha o bagaço e funcionava de “filtro”.

           A comunicação entre o “tanque” e a “lagareta” faz-se através de um orifício com 19,5 cm de comprimento (valor igual à espessura da parede de separação daquelas duas cavidades) e 9 cm de diâmetro.

 

Estruturas 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, e 13:

 

          Atendendo as proximidades relativas destas estruturas arqueológicas, conforme a planta, sem escala, que a seguir apresento, vamos considerar, para todas elas a mesma localização e acesso, bem como os valores de altitude, coordenadas de graus e coordenadas geográficas.

 

 

Localização:

 

Lugar de Stª Eulália, propriedade do Sr. Hilário Cardoso.

 

Nota:

 

        Nesta propriedade informaram-me o Sr. Hilário Cardoso e esposa, aparecem com frequência moedas Romanas. Existiam, também, varias sepulturas cavadas na rocha granítica (sarcófagos).

        Actualmente, apenas uma que iremos descrever a frente.

        Conta-se que, aqui, teria existido a antiga Igreja Paroquial de Santa Valha. Dessa hipótese construção nenhum vestígio. No entanto, logo à entrada dessa propriedade encontra-se um cruzeiro em granito com um dos braços partidos.

 

Acesso:  

 

Caminho que liga, Directamente, a aldeia de Santa Valha à propriedade referida.

 

Coordenadas de Graus:                      271,8

                                                              522,8

 

Coordenadas Geográficas:                 Altitude: 440 metros

                                                              Longitude: 7º 15´58´´ W (Gr.)

                                                              Latitude:    41º 40´12´´ N

 

 

Características:

 

           A superfície de esmagamento dos frutos ou “tanque”, mede 2, 20 metros de comprimento e 1,40 metros de largura. Esta superfície, plana e levemente inclinada para N, possui uma profundidade que não ultrapassa os 6 cm.

           Dois sulcos rectilíneos e formando, entre si, um ângulo superior a 90º, recebiam o líquido que ali ia sendo obtido, encaminhando-o para uma outra curta goteira. Aqueles dois sulcos medem de comprimento e respectivamente, 1,91 metros e 0,67 metros. A sua largura que, inicialmente, é igual a 4 e 5 cm, vai aumentando em direcção a goteira. A profundidade é, apenas, de 2,5 cm.

           A curta goteira terminal mede 9cm de comprimento e 7 cm de largura. O rebordo daquela superfície rochosa onde termina aquela goteira encontra-se 50 cm acima de uma plataforma horizontal da mesma rocha, como o perfil documenta. Esta plataforma pode ter servido para apoiar o recipiente móvel receptor do líquido, uma vez que a “lagareta” está ausente.

           Duas cavidades cilíndricas distanciam 73 cm, com 9 cm de diâmetro e 10 cm de profundidade, fazem parte desta estrutura.

 

 

 

Lagar – 6:

 

Características:

 

           Foi cavado numa rocha de granito equigranular, de grão médio a grosseiro, com biotite e moscovite.

           O “tanque” possui uma forma alongada, subrectangular, de limites laterais curvos. Mede 1, 88 metros de comprimento máximo e 1,20 metros de largura máxima. Possui uma profundidade máxima de 28 cm e mínima de 24 cm.

           O escoamento do líquido a partir desta cavidade fazia-se através de uma goteira com 12 cm de comprimento e 9 cm de largura frontal. Próximo do limite SW do”tanque” encontra-se duas cavidades cilíndricas, com 8 cm de diâmetro e 10 cm de profundidade, distam, entre si, 35 cm.

           Neste momento a “lagareta” não esta presente. No entanto, com o limite frontal do lagar é uma superfície de fractura mais ou menos vertical, admito que ela tenha existido e que tenha sido removida juntamente com o bloco fragmentado.

           Do lado direito numa superfície granítica, situa-se a nível superior e distanciada 1,40 metros, encontra-se uma cavidade rectangular com 77 cm de comprimento, 40 cm de largura e uma profundidade que varia entre os 18 cm e os 10 cm.

           A sua função poderia ter sido a de recipiente de apoio para a recepção do líquido.

 

7 - Lagar:

 

 

Características:

 

           Possui, em relação a todos os outros presentes nesta propriedade, algumas características de pormenores únicas.

           O “tanque”, de forma alongada e de limites laterais curvos, mede 2,50 metros de comprimento e cerca de 1,68 metros de largura máxima.

 

A dificuldade em determinar, com precisão, desta largura, deve-se ao facto desta cavidade ter sido parcialmente destruída por destaque (possivelmente intencional) de um fragmento da rocha. A profundidade máxima, no limite oposto à “lagareta” é igual a 32 cm.

           Uma goteira, com 65 cm de comprimento e uma largura terminal de 7 cm, permitia o escoamento do líquido obtido naquela cavidade.  

           Uma depressão rectangular, espécie de sulco, com 1,30 metros de comprimento, 9 cm de largura mínima e 5 cm de profundidade permitia, julgo, o encaixe de uma estrutura (de madeira, por exemplo) que actuaria como filtro. No esquema só se encontra representada metade dessa depressão rectangular, uma vez que outra metade teria sido removida juntamente com o fragmento de rocha destacado.

 

           Um sulco “lateral” (e), curvo, com 2,5 cm de largura e 3,5 cm de profundidade recolheria o liquido que escorresse para a superfície fora do “tanque”. É provável, como alias temos encontrado noutros lagares, que existisse outro sulco semelhante a este no fragmento de rocha removida.        

  

           A “lagareta” possui forma trapezoidal, de limites curvos, e mede 1,57 metros de comprimento máximo (base maior) e 1,50 metros de comprimento mínimo (base maior). Mede 84 cm de largura máxima e 79 cm de largura mínima. A profundidade desta cavidade varia entre um máximo de 36,5 cm e um mínimo de 13 cm.

 

          Uma cavidade circular, em posição lateral, mede 40 cm de diâmetro e 10 cm de profundidade. Ela permitia a recolha, com o auxílio de um pequeno recipiente móvel, de todo o líquido aqui acumulado.

 

          Em posição lateral e frontal relativamente à “lagareta” existem, picadas e esplanadas, superfícies horizontais muito perfeitas, que julgo terem desempenhado a função de apoios para os recipientes de recolha do líquido (vinho, por exemplo) acumulado nesta última cavidade. Esta superfície frontal mede 1,80 metros de comprimento total. A porção central, mais larga, mede 83 cm de comprimento e encontra-se 13 cm abaixo da cota do rebordo da “lagareta”.

          À esquerda da “lagareta”, no esquema, pode ver-se ainda uma superfície picada e aplanada, espécie de pequeno degrau, cujos lados medem, respectivamente, 32 cm e 20 cm.

 

 

8 Lagar:

 

Características:

 

         Cavado num rochedo de granito equigranular, de grão médio a grosseiro, com moscovite e biotite.

         A superfície de esmagamento dos frutos ou “tanque” é uma cavidade irregular, de limites curvos, que mede 2,90 metros de comprimento e, em média, 1,10 metros de largura. Parece ter aproveitado, em parte, uma cavidade de erosão natural.

 

Os limites desta cavidade estão materializados por sulcos, cujas larguras mínimas são de 6 e 7 cm e cuja profundidade não ultrapassa os 5 cm.

Certas superfícies laterais desta cavidade parecem ter sido picadas e aplanadas intencionalmente. Os sulcos limitantes referidos terminam numa superfície de fracturas aparentemente não natural e distam, entre si, 40 cm. Relativamente ao solo verifica-se, aqui, um desnível de 40 cm.

            Estas características levam-nos a admitir a hipótese de que esta fraga foi partida intencionalmente e que, no fragmento retirado, se encontrava gravada a goteira de escoamento do líquido e, possivelmente, a “lagareta”.

 

Características:

 

           Este, um lagar de grandes dimensões. Devido à alteração da biotite este lagar apresenta, à superfície, uma tonalidade avermelhada, por vezes, com uma distribuição em “bandas”.

          O “tanque”, alongado e de limites predominantes curvos, mede 2,78 metros de comprimento, 1,88 metros de largura máxima e uma profundidade máxima de 52 cm. A sua profundidade mínima verifica-se na extremidade anterior, próximo do orifício de comunicação com a “lagareta”.

          Esta comunicação faz-se através de uma conduta mais ou menos cilíndrica, cujo valor do seu diâmetro é de 10 cm e 22 cm de comprimento. Do lado do “tanque”, esta conduta inicia-se por um orifício de forma oval, com 20 cm de diâmetro maior e 9 cm de diâmetro menor.

 

A “lagareta” possui forma rectangular e mede 1,38 metros de comprimento máximo, 89 cm de largura e 78 cm de profundidade.

           Na sua base encontra-se uma cavidade circular com 23 cm de diâmetro à superfície e 5 cm de profundidade.

 

 

 

10 Lagar:

 

           A presença, junto deste lagar, de um conjunto de colmeias, impediu-nos que procedêssemos à sua limpeza, medição e descrição. Limito-me, por tal motivo, a referir aqui uma localização aproximada.

           Trata-se de um lagar cavado, também, numa rocha granítica na sua posição natural e, pelo que me foi dado observar, parece estar em bom estado de conservação.

 

“ Na parte inferior do Castro encontra-se restos de um cemitério

com sepulturas cavadas na própria rocha, e com a forma

de um    corpo Humano. Perto deste cemitério encontra-se

uma fraga que poderá ter sido um altar de sacrifícios...”

 

                            A.VELOSO MARTINS, Monografia de Valpaços,

                                                      2ª Edição, Pág. 229

 

 

Julgo que é esta a estrutura arqueológica no segundo parágrafo do texto acima, da autoria do Dr. A. Veloso Martins, numa vez que, nas proximidades, se encontra cavada, num bloco granítico, um sarcófago que iremos descrever.

 

Características: A rocha granítica onde foi cavado este monumento arqueológico mede 9,20 metros de comprimento e 2,72 metros de largura máxima. Tem forma alongada, eleva-se acima do solo e está orientada segundo NE-SW. A sua superfície descai para WSW e SSE.

          Na superfície desta rocha foi cavada uma depressão muito pouco profunda, de contorno curvilíneo e forma grosseiramente oval, que mede 3,78 metros de comprimento e 1,54 metros de largura média.

         Esta cavidade termina por uma goteira com uma largura mínima de 12 cm e uma profundidade de 6 cm. Esta goteira comunica, por sua vez, com uma depressão semicircular que medo 11 cm de comprimento, 3,5 cm de profundidade e a que corresponde a um diâmetro de 15 cm.

         O líquido derramado naquela superfície deprimida (lagar ou altar) seria recolhido directamente por um recipiente móvel, pois que não existe” lagareta”.

A porção terminal da goteira encontra-se 59 cm acima do solo envolvente.

         Fora dos limites da cavidade referida, sobre a superfície rochosa, existem quatro cavidades cilíndricas e uma de forma oval, que medem:

 

- Uma, 17 cm de diâmetro e12 cm de profundidade.

- Três, 11 cm de diâmetro e 8 cm de profundidade.

-Uma, oval, 11 cm de diâmetro maior, 7 cm de diâmetro menor e 6,5 cm de profundidade.

 

         Na superfície escavada detectam-se, ainda, cinco quase imperceptíveis depressões de reduzidas dimensões que, parece-me, não devem ter desempenhado qualquer função especial.

 

 

12-Cavidades abertas numa rocha granítica

 

        Numerosas cavidades circulares, de variados diâmetros e profundidades, encontram-se numa superfície granítica mais ou menos ao nível do solo.

        Admito que a função destas cavidades possa estar relacionada com a do monumento arqueológico descrito anteriormente, que se trate de um “lagar” ou de um ”altar”.  

 

13- Sarcófago:

Características:

         Este sarcófago foi cavado num bloco móvel de granito, de forma paralelipipédica, com 2, 43 metros de comprimento, 68 cm de largura e 69 cm de altura.

        Um encaixe com 5 cm de profundidade, indica que esta sepultura possuía uma tampa (certamente do mesmo material e possivelmente epigrafada). Este encaixe mede 78 cm de largura e não esta presente no limite correspondente a posição dos pés, creio que para facilitar a sua deslocação. Esta tampa seria apoiada no limite posterior da sepultura e, depois, deslocada no sentido oposto até completo ajustamento.

 

A cavidade destinada a receber o cadáver é formada por três partes distintas:

-Uma destinada à cabeça, em arco, que mede 40 cm de flexa e 41 cm de vão.

-Outra destinada a receber o tronco, com limites laterais curvos, medindo 88 cm de comprimento, 59 cm de largura máxima e 47 cm de profundidade.

-Uma parte destinada aos membros inferiores, com 64 cm de comprimento, 43 cm de largura e 36 cm de profundidade.

Como um dos perfis documenta, a profundidade máxima correspondente a região destinada a receber o tronco do cadáver. 

 

14- Cavidades abertas numa grande lage de granito:

 

        Numa grande lage de granito na sua posição natural, ao nível do solo, na vertente N do “monte Stª Eulália” proximidades do solar dos ciprestes, encontram-se numerosas cavidades, algumas de razoáveis dimensões, que julgo serem contemporâneas da ocupação daquele monte.

       Não esquematizei nem fotografei nenhuma destas cavidades, por não ter sido concretizada uma vista programada para o efeito. Julgo que a sua função foi meramente utilitária, mas admito a hipótese de que ela tenha sido de carácter cultural!

Estruturas 15, 16 e 17

 

       Estes três lagares foram cavados no mesmo conjunto granítico e encontram-se a pequenas distancias uns dos outros. Para eles vamos indicar a mesma localização, o mesmo acesso bem como os mesmos valores das coordenadas. A planta, sem escala, da página seguinte, dá-nos informações sobre as suas posições relativas.

 

Localização:

 

      Próximo da margem direita do Rio Calvo e à esquerda da E.N 213-1 depois da ponte sobre aquele Rio.

 

Acesso:

 

      Para quem, de Santa Valha se dirija para Vilarandelo pela E.N 213-1, seguir pelo 2º caminho à esquerda depois do Rio Calvo. Almas centenas de metros percorridos, os lagares situam-se a poucos metros à distância do caminho, no início de uma subida com curva para a esquerda.

 

     Coordenadas de Graus:                                 270,2

                                                                              523,2

 

     Coordenadas Geográficas:                           Altura: 460 metros

                                                                              Longitude: 7º  17` 27`` W (Gr.)

                                                                              Latitude: 41º   40` 30`` N

 

 

 

 

 

      Consta, essencialmente de uma depressão mais ou menos plana, de forma oval, pouco profunda e inclinada para E. 

      O comprimento desta depressão é de 2,78 metros e a sua largura media 1,45 metros. A profundidade máxima, limite N, é de 11 cm.

      Uma goteira com 39 cm de comprimento conduzia o liquido obtido nesta depressão ate um recipiente de recepção. De início, esta goteira tem 5 cm de largura e 8 cm de profundidade. Nos 20 cm terminais alarga para 9 cm e permite, parece-me, o ajuste de uma espécie de caleira móvel que comunicaria com o recipiente de recepção. A porção terminal desta goteira termina abruptamente no rebordo do rochedo.

      Dos três lagares, este parece-me o mais primitivo.

 

Características:

     

      Situa-se a W do lagar anterior, do qual dista 1,80 metros. A rocha granítica onde foi cavado encontra-se um pouco a nível superior.

      Consta, essencialmente, de uma cavidade sub rectangular ou “tanque”, que mede 2,25 metros de comprimento, 1,35 metros de largura máxima e 1,28 metros de largura mínima. A profundidade varia entre um máximo de 40 cm e um mínimo de 2cm, nas proximidades do orifício do escoamento

 

 

          Este continua-se por uma conduta cilíndrica com 17 cm, que permite por uma goteira com 17 cm de comprimento e 8 cm de largura. Esta goteira termina no rebordo do rochedo, 1 metro acima do nível do solo.

          Não existe “lagareta”. O líquido obtido naquela cavidade seria recolhido directamente por um recipiente móvel.

 

 

Características:

 

     Cavado na mesma superfície granítica, inclinada para N e E onde se encontra o lagar 15.

      A W, sobre esta superfície, encontra-se um grande bloco de granito com 3.70 metros de comprimento, 2,0 metros de largura e que se eleva a 1,70 metros acima da superfície da rocha onde foi cavado o lagar.

      É admirável, neste lagar, a perfeição do trabalho realizado, o seu funcionamento e aproveitamento do espaço disponível. Ao contrário dos dois lagares anteriores, estão presentes as duas cavidades principais, “tanque” e “lagareta”.

      O “tanque” tem uma forma aproximadamente triangular de limites curvos, com a base voltada para W e o vértice para E. A base mede 2,08 metros e a altura 1,82 metros. A profundidade varia entre um máximo de 38 cm e um mínimo de 26 cm.

      Através de um canal de escoamento que atravessa a parede E do “tanque” com 7 cm de diâmetro e 16 cm de comprimento, o liquido obtido nesta cavidade podia seguir dois destinos diferentes:

 

- Ser conduzido à “lagareta”, através de um sulco com 8 cm de largura, 7,5 cm de profundidade e 60 cm de comprimento. Devido à posição da “lagareta”este sulco apresente, logo à saída do “tanque”, uma acentuada curva para a esquerda, equivalente a um ângulo de cerca de 90º. O troço final deste sulco, mais largo, encontra-se 3 cm abaixo do nível da parede anterior.

- Ser conduzido a um recipiente móvel, cujo rebordo se ajustava perfeitamente a uma reentrância cavada na superfície mais ou menos vertical do rochedo e que mede 22 cm de altura e 6 cm de profundidade. Para que o líquido pudesse seguir este destino era necessário interromper o seu escoamento para a “lagareta”.

Do rebordo do rochedo onde termina esta goteira, à um desnível de 1,23 metros, o que permite que alguém, comodamente de pé, suporta-se o recipiente móvel colector. A “lagareta” possui uma forma que a distingue de todas as outras que nos foi dado observar. Mede:

 

        Comprimento-----------------------------------------------1,40 metros

Largura máxima---------------------------------------------69 cm

Largura mínima----------------------------------------------64 cm

Profundidade máxima---------------------------------------55 cm

Profundidade mínima----------------------------------------37 cm

 

 

     Em posição descentrada e na zona de maior profundidade, existe uma cavidade circular com 19 cm de diâmetro e 7 cm de profundidade.

 

 

 

 

 

A HISTORIA DOS VINHOS ROMANOS

Existem muitos outros lagares, que não foram referidos e/ou colocados aqui, mas que se encontram nas galerias de fotos.

( E os que ainda estarão escondidos pelo território da nossa freguesia !!!!)

FONTE: CARTA ARQUEOLÓGICA 2001

AGRADECIMENTOS AO ARQUEÓLOGO Dr. ADÉRITO FREITAS.