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QUINTA DA TEIXOGUEIRA

(Um paraíso abundante em tudo…,)

Localizada entre Santa Valha e Fornos do Pinhal, a Quinta da Teixogueira, distancia cerca de dois quilómetros da sede de freguesia, Santa Valha. É circulada por enormes terrenos de cultivo, num local soalheiro e calmo.

Propriedade agrícola, com cerca de 30 hectares, outrora pertencente ao Sr. Professor Carolino Augusto Afonso e esposa, Dª. Clotilde Sarmento. Foi adquirida pelo Sr. Professor, parte, por herança da mãe e da irmã da Dª. Clotilde (Dª.Marquinhas e Dª.Augusta), e,  a outra parte, por compra a uma outra irmã, a Dª. Margarida, pelo valor de 360 contos, -muito dinheiro nessa época -.

Era abundante em tudo que era agricultura, em particular, o azeite e o vinho, onde o seu famoso néctar chegou a atingir 17,5 de grau  alcoolémico, batendo o recorde no Concelho. Também as frutas de toda a qualidade, as terras semeadas de regadio e de sequeiro , e ainda,  os  pastos para o gado e alguma floresta, enchiam esta enorme quinta.

No tempo do então, Prof. Carolino, oriundo de Bragança (homem estudado para leccionar  o ensino primário, onde exerceu, desde muito novo (1917) em Santa Valha,  até à aposentação (1953), esta Quinta, era o sustento económico de várias famílias, tendo em conta que dava trabalho (jorna diária) a várias pessoas da nossa aldeia. No levantamento matricial, constam as áreas de 14.425 ha, respeitante à “parte de cima” e, 275.670 há, à “parte de baixo”.

No tocante à parte urbana, (parte de baixo) destaca-se a enorme moradia, composta por habitação, pátios, currais, logradouros e capela, com o São Pedro como padroeiro, e ainda, mais a poente e a norte (parte de cima), uma outra pequena habitação também  com terrenos anexos; partes divididas pelo caminho vicinal que liga Santa Valha a Fornos do Pinhal. A casa principal, apesar de possuir todas as condições de habitabilidade senhorial, por ter sido outrora Quinta de família de morgados,  os proprietários,  nunca lá chegaram a residir. Houve alguns “ caseiros e criados”, que lá habitaram, mas pensamos ter sido em aposentos anexos.

Já quanto à  pequena casa e terrenos anexos que atrás referimos, essa sim, foi residência de um dos seus ( seis) filhos, “o mais novo, menos estudado e mais virado para a lavoura”,  António Augusto Sarmento Afonso ( Toninho da Quinta, como era conhecido),que a herdou por testamento, de sua tia Augusta ou Marquinhas,” irmã de sua mãe” após a morte de seus pais. Foi habitação até ao falecimento do casal, na  década de 1990 e, posteriormente,  de alguns dos seus filhos,  até ao início da década de 2000. Actualmente, encontra-se desabitada.

Para além desta próspera Quinta, o Prof. Carolino e Esposa, eram proprietários de vários outros prédios rústicos e urbanos. Informaram-nos que diariamente e após as aulas, o Professor, era habitual dar volta aos seus terrenos para observar o trabalho diário dos seus jornaleiros.

A partir de 1966, data do falecimento do Senhor Professor, a actividade agrícola e as instalações habitacionais, começaram a degradar-se sucessivamente, vindo , mais tarde, no ano de 1974, a maior parte (Quinta de Baixo) a ser vendida pelos herdeiros do professor, passando já por três proprietários. O actual dono,  (desde 2003), é o Senhor Dr. Amílcar Barreira Fernandes (Advogado), com residência no Porto e em Fornos do Pinhal, que tem vindo progressivamente e gradualmente a recuperar, toda a parte rústica e urbana da Quinta. É pena que a recuperação urbana não seja feita de modo a enquadra-la num espaço de turismo rural/habitação, já que tem todas as potencialidades para esse fim.

Santa Valha, Fevereiro de 2009